Promotor
Jazz ao Centro Clube
Sinopse
Zé Ibarra, acima de tudo, é um artesão da música pop. Mas ele também não deixa de prestar homenagem aos seus ídolos da música clássica, em especial, Maurice Ravel e
Claude Debussy. Do primeiro, quando escutou o balé "Daphnis et Chloé”, a sua vida mudou através de uma experiência transcendental. “Eu saí daqui e fui para outro lugar.
Entendi o que a música pode ser. Alguns compositores conseguem traduzir tudo no som, e o Ravel entrega o mundo inteiro dentro do som. Eu senti e foi catastrófico na minha
vida. A música pode encarnar o mundo todo dentro dela. A partir daí, fazer música vira uma responsabilidade muito grande.”
E Ibarra continua trazendo a responsabilidade para si com o seu mais recente projeto — no qual atua como compositor, produtor musical e arranjador —, o coletivo Bala Desejo,
que surgiu através de uma “live” despretensiosa em tempos pandêmicos. De início, a ideia era fazer uma espécie de radiografia do mundo e, a partir daí, sugerir uma resposta
possível; o desejo de entregar algo que servisse de alento, que tocasse no sublime. Mas o tempo mostrou que não era por aí. Aquelas canções deveriam estar ligadas ao corpo, à
dança, ao contato físico. “Um disco para pular, dançar e dar beijo na boca”, como bem resume o músico. “Esses projetos são meus amores, eu sou essas bandas”, diz. O
Grammy Latino comprovou que o projeto deu mais do que certo.
Em 2023, Zé Ibarra vai lançar o projeto “Marquês 256”, com oito músicas gravadas, apenas com voz e violão, na escada do prédio onde mora a sua avó. “É um rito de
passagem. Registrei canções que já cantava há algum tempo e precisava dar um destino a elas”, diz. O projeto será lançado pela Universal Music, e terá direito a um vídeo. Além
disso, ele começa a gravar um álbum solo em março. E como o show não pode parar, Ibarra não deixará de nos brindar nos palcos da vida — solo, com o Bala Desejo ou de
qualquer outra forma que a sua imaginação permitir.
Um dia, Zé Ibarra me falou: “meu medo é morrer e não fazer nada interessante”. Posso garantir que esse risco ele não corre. Talvez ele nem tenha noção de tantas coisas
interessantes que já fez para a Música Popular Brasileira.
(Luiz Felipe Carneiro)
Preços